sexta-feira, 23 de julho de 2010

Hip Hop- Cultura de plastico by Wize Nomen

Hoje estive a ler no blog do Bonus um texto que oWize Nomen escreveu no facebook sobre uma realidade que o nosso hip hop tuga está a atravessar. E acho importante que todos os apaixonados da cultura e especialmente da NOSSA que leiam este texto!! Talvez vos bata como bateu a mim!

"Sinto cada vez mais que o cerco aperta em torno da essencia da cultura hip hop, de facto pouco ar resta nesta cápsula condenada, e depende de todos nós publico, consumidores, managers, organizadores, djs, writers, bboys e mcs para que esta cultura de plástico que atravessamos se volte a tornar no que significou para todos nos em outros tempos.
Não vim para aqui divagar, ou só para constatar o que ja toda a gente ja percebeu, mas sim dar a minha visão de algumas causas/problemas e possiveis soluçoes .
Assim sendo algumas consideraçoes importantes para o degredo do hip hop mundial quanto a mim tiveram origem nos EUA e a perseguiçao que o governo fez ao hiphop e a começar pelos mc s de topo como tupac, Biggie, etc.Eu acho que estas pessoas e muitas outras apenas morreram porque foram silenciadas pelo governo pois eram lideres capazes de juntar multidoes por uma causa ou canção
os media trataram do resto e musicas anteriores de beefs entre eles cimentaram a credibilidade da farsa de eles se andarem a matarem a eles proprios, acho que foram coincidencias a mais, especialmentre nos anos que aconteceram.e pelo numero e precisao cirurgica dessas mortes.
Depois para mim outra coisa que asfixiou esta cultura é a imagem do sexo e do dinheiro a assumirem um papel quase como que preponderante nas rimas, atitudes, shows, videoclips de hip hop.
quando na verdade sao apenas elementos de venda de um produto e nao de crescimento mental e de intervençao que o hip hop nos habituou.
Outro aspecto muito importante e a cada vez mais constante é o facto
de mcs, djs, writer, e bboys, querem cada vez mais fazerem parte do sistema e nao intervenientes culturais contra o sistema.ou seja por exemplo um mc sabe que vai ter mais publico se tiver rimas mais pop ou comerciais, em vez de ir la e expressar seus sentimentos de intervençao, um writer de graffiti vai ter mais carinho do publico se fizer uma cara real em vez de umas letras, embora as letras sejam o mais importante e o que distingue o graffiti de todas as outras formas de arte, um breaker podera fazer mais sucesso se fizer uma coreografia do que passos originais de dança break, um dj terá mais casa e publico onde tocar, se tocar desde RnB, electronica, ou house, em vez de tocar real rap.
Isto para dizer que todos sem excepçao e eu proprio, somos culpados
porque somos mestres do saber e nos estamos a corromper pelo cifrao para um publico que nao tem nem nunca teve a ver com o love e entendimento profundo sobre a qual assenta a cultura do hip hop, pois, tudo o que eles querem consumir, e como o Mundo dos Dealema, disse é “uma remistura popular, versao salve se quem puder”, pois este novo publico dos dias de hoje (e ninguem tem culpa do ano em que nasceu)é um publico ao qual lhe foi apresentada pelos media uma versao distorcida do que e o hip hop, e entao deixaram de achar cool pensar e ouvir letras que tenham sentido e verdade e intervençao, de acharem que as letras de graffiti sao todas iguais e nao as percebem, por isso preferem ver um boneco, cara ou ilustraçao, de pensarem que uma coreografia de break ensaiada e mais importante que um movimento, gracioso, genuino e expontaneo de um bboy num passo de dança, de acharem que o dj de hip hop é melhor se passar varios tipos de musica e de preferencia sem scratch para nao lhes atazanerem muito os ouvidos etc.
Finally, os Clubs, outra hora palcos de quase como que mecas de cultura hip hopiana onde o dj nos deslumbrava com a sua pericia e qualidade de discos passados, hoje nao passam de casas de putas do hip hop, senão reparem quem ouviu rap ao longo destes 20 anos de hip hop em Portugal,e o que ouve nos clubs actualmente, só merda musical e lixo RNB.
Aqui o problema e facil de identificar, antigamente iamos a um club e era 90% homens 10% mulheres, ouviamos o que queriamos e eramos todos felizes da vida. o pessoal deslocava se por love ao hip hop e ia para la ouvir hip hop e cagava para os 10% das ladies pois ou eram lesbicas, pouco femeninas, ou namoradas dos amigos.
Hoje a mentalidade é “vou la a esse club porque tem la bue punani”
e para onde vai o punani, o punani vai a festas RnB, funk,e merdas parecidas com rimar.e que acontece a quem quiser reviver os sons e feeling de antigamente
acaba com um club vazio pois nao tem punani e os homens deixaram de se interessar por esse sitio que tem boa musica mas nao tem sexo para lhes oferecer, pois isso e o que as rimas falam hoje e dizem que é com isso que os jovens se devem identificar.
As festas de hoje parecem a celebre saida das touradas onde montes de vacas se reunem para esperar a saida do touro, onde festas tipo” sweet” sao tristemente a linha guia para grande parte das pessoas do que é o hip hop, quando nao passam de bordeis RnB onde os fakes pensam que se vao orientar de sexo quando na verdade, aquilo não passa de um ninho de calienta poias que ajudam cada vez mais a cimentar a ilusao e cultura de plastico que o hip hop se tornou, Oh Deus e andavamos todos tao empenhados em que isto evoluisse ao longo destes anos na tuga.se soubesse que era para plantar sementes desta natureza nunca tinha fodido com o Hip Hop.e pensar…I USE TO LOVE H.E.R.
peace."
Nomen aka Wize since 89



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